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sábado, 29 de junho de 2013

Egito - Cairo e Alexandria

Foi uma viagem rápida – 2 dias – e o curto prazo talvez tenha atrapalhado algumas observações que costumamos ter em períodos maiores. Com os distúrbios que o Egito tem passado nos últimos anos, acaba nos deixando preocupados com a segurança e, por isso, decidi que a viagem seria de feita de navio que ficou ancorado na cidade de Alexandria por 2 dias inteiros. Apesar de o navio oferecer tours ao Cairo, preferimos comprar diretamente com uma agência de turismo na internet, aliás, um excelente atendimento. O preço do tour saia pela metade do preço cobrado pelo navio  e incluía visita as pirâmides, cidade do Cairo, museu do Cairo, almoço, etc. Como o navio chegou ao porto bem cedo, as 8:00h da manhã já estávamos aguardando o guia que nos levaria para o passeio. Como o navio era muito grande, quase 4 mil passageiros, haviam dezenas de ônibus de turismo aguardando pelos turistas, foi ai que descobrimos que estávamos no mesmo tour oferecido pelo navio, porém com 50% de desconto!  Apesar do desconto já estávamos meio arrependidos, pois não estávamos querendo muito entrar nessas excursões imensas, com paradas para compra, etc. O folder dizia que seríamos conduzidos em grupos pequenos e com guia formado em arqueologia, mas entramos em um ônibus grande com turistas do mundo inteiro.

Sair do porto entrando na cidade de Alexandria foi um como sair do paraíso e entrar no inferno. Era uma sujeira, montes de lixos de metros de altura, carros velhos misturados a cavalos e pessoas. Bem, pensei eu, dever ser um lugar ruim, pois estamos perto do porto...indo mais longe piorou muito!  A distância até o Cairo é grande (quase três horas). No caminho paramos em um restaurante para que as pessoas pudessem ir ao banheiro. A sujeira era tão grande que existiam nuvens de moscas que atacavam as pessoas e acabaram entrando no ônibus. Foi um sufoco chegar ao Cairo. A primeira parada foi nas grandes pirâmides. O tempo  mal deu para tirar fotos. A quantidade de vendedores insistindo para que você compre bugigangas é tão grande que é impossível você relaxar e observar a beleza dos monumentos com calma, mesmo assim é impossível ficar maravilhado com o tamanho e beleza. A seguir paramos na Esfinge de Gizé, que também é muito bonita, mas não dá para chegar muito perto. O calor infernal e a quantidade de pessoas oferecendo coisas não diminuem nem um pouco.

Saímos de lá em direção a um hotel onde almoçaríamos. O trânsito na cidade do Cairo e terrível – esqueça de tudo que você possa ter achado ruim sobre transito  antes, é bem pior – parece não haver nenhum tipo de sinal ou regra, ou seja, passa quem for mais corajoso, tiver um carro maior ou gritar mais alto. São centenas de kombis velhas sem portas que fazem o transporte público. As pessoas saem e entram na Kombi em movimento, aliado a tudo isso, existem um monte de carroças e cavalos andando em todas as direções. O interessante é que para o povo local tudo parece ser natural. Ainda em direção ao almoço passamos por rios poluídos e cheios de lixo. Até um cavalo morto tinha na água e o pior de tudo é que haviam crianças brincando nessa água preta. Chegamos ao Hotel, que até era bonito, mas já não tínhamos apetite nem coragem de experimentar o buffet.

De lá, e como sempre nesse tipo de excursão, paramos em uma loja de artesanato local e joias. É claro que não compramos nada! Era tudo muito caro! O pior é que na saída o ônibus enguiçou e tivemos que esperar mais de uma hora em um sol escaldante, ate que aparecesse um mecânico e pessoas para empurrar. É claro que essa parada inesperada iria atrapalhar o passeio. De lá rodamos um pouco pelos principais pontos turísticos da cidade até chegar ao Museu do Cairo. Antes da entrada nos avisaram para deixar todas as câmeras e celulares no ônibus pois era estritamente proibida a entrada desses objetos e que não havia lugares para guardar. Eu deixei as máquinas, mas meu celular foi junto. Antes de entrar nos deram um fone de ouvido para acompanhar o tour na freqüência da guia e não atrapalhar outros turistas. É claro que não funcionou! No raio X não viram nada, ou seja, entrei com celular sem ser incomodado. Apesar disso estava respeitando os avisos de não fotografar, até que vi que todos estavam tirando fotos (...e minha máquina no ônibus). Ainda sim, não abusei nas fotos, ou seja, só consegui tirar com calma quando os guardas estavam ajoelhados, fazendo uma das orações do dia da religião mulçumana. Voltando ao Museu...Apesar de precisar de uma reforma (estão construindo um novo e maior), tem uma imensidade de peças que deixam qualquer pessoa que tenha interesse  pela cultura egípcia, estasiado. Só a máscara fúnebre de ouro do Rei Tutancâmon já vale a visita. Fomos os últimos a sair do Museu que já estava fechado e era noite. De lá voltamos a Alexandria, em uma viagem super cansativa de mais de 3 horas. Já chegamos ao porto depois das 23:00h.

No dia seguinte, depois da maratona do dia anterior, descartamos qualquer possibilidade de conhecer Alexandria com excursão.  Sair a pé do porto foi bem pior que sair de ônibus. Acho que após 5 minutos eu já queria voltar correndo para o navio, mas fui incentivado a ter coragem e seguir. Eram dezenas de homens nos abordando oferecendo coisas e passeios insistentemente. Não adiantou aprender a falar não e fazer gestos negativos em árabe, pois eles continuavam insistindo. Além desses homens que estavam a pé, dezenas de outros nos cercavam com charretes oferecendo passeios.  Estava vendo a hora de sermos atropelados pelos cavalos ou seqüestrados (sem exageros).

 Depois de já tínhamos conseguido andar uns 50 metros em direção ao nosso destino que era a costa (praia) oposta ao porto, apareceu um árabe nos defendendo e brigando com os outros. Ele viu que éramos brasileiros e se aproximou falando algumas palavras do nosso idioma. Depois descobrimos que ele havia vivido algum tempo em um porto no sul do Brasil e por isso, falava um pouco de português. Depois que ele convenceu os outros de que ele era nosso guia, nos levou a praia. O caminho envolveu  passar por ruelas desertas e cheias de lixo. Muito piores que as piores de nossas favelas. A sensação era de desconfiança, medo e vontade de correr, mas seguramos a barra e conseguimos chegar ao nosso principal destino. Ainda tiramos algumas fotos com ele e depois de darmos US 2 dólares, ele foi embora e nos deixou a sós. Acho que depois disso o medo diminuiu, até mesmo porque estávamos em uma área aberta e cheia de gente. A área costeira da cidade é bem bonita e até se parece com algumas cidades costeiras do Brasil. Claro, temos que relevar muito o mau trato dos prédios e a sujeira.

Em uma ponta está a citadela e na outra a biblioteca de Alexandria. Durante os dois roteiros é possível passar por mesquitas e outros prédios históricos. Vale a pena caminhar pela costa e observar a vida da cidade e suas belezas. Durante nossa caminhada, um dos homens mais insistentes parecia nos perseguir na volta para o navio, e depois do homem estar quase chorando, resolvemos aceitar o passeio de charrete, combinando o preço de 5 euros. Seriam uns 2 kilometros. Foi uma aventura, pois a charrete se enfiava entre os carros na contra mão. Quando não agüentei mais de pena do cavalo, pedi para parar em uma feira livre e um centro de comércio local que ficava há uns 500 metros do porto. Quando fomos pagar o homem começou a gritar pedindo 50 euros! Quase ele apanhou... Quando ele percebeu que não íamos desistir foi embora. A gente quer ajudar, mas acaba...

Andar pela parte comercial e pela feira livre foi uma experiência bem legal. Alguns produtos são bem diferentes do que estamos acostumados, principalmente os temperos e a quantidade de tipos de tâmaras e azeitonas. É muito bom que se aprenda a numeração árabe, pois assim é possível conferir se o preço que estão te cobrando são os mesmos dispostos. No meu caso, percebendo que éramos turistas, o preço foi aumentado em quase 10 vezes, mas além da negociação, que é comum nessa parte do mundo, pude mostrar que sabia o que estava escrito.

Não deixe de visitar: no Cairo, as grandes pirâmides, a esfinge de Gizé, o Rio Nilo, a cidade para observar o estilo de construção sem reboco para evitar impostos, o Museu do Cairo(egípcio), o Bazar árabe, torre do Cairo  e a mesquita de Al Hakin. Em Alexandria, a Mesquita Abu al-Abas al-Mursi, construída pelos muçulmanos argelinos em 1755, a Biblioteca de Alexandria  e a Citadela.
Não deixe de comprar: lembrancinhas, lá são super baratas. O tradicional lenço árabe masculino pode ser encontrado por USD 1,00. O preço das peças de linho também são mais baratas comprando lá.
Agência de viagem Memphis ( www.memphis.com) ou (http://m.memphistours.com/) bom atendimento ( em portuguê). Confiável (você só precisa pagar 50 USD de entrada e o restante é pago no dia). Oferecem diversas excursões com a possibilidade de ser individual.
Navio: Mariner of the Seas - Royal Caribbean - muito bom! 

Se voltaria? Sim!!! Mas espero que seja em uma época sem conflitos e que o país esteja melhor cuidado.





















3 comentários:

  1. Muito interessante sempre quis saber mais sobre esse trajeto e como são essas cidades do Cairo e Alexandria!

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  2. Gostei muito sempre tive curiosidade em saber como seria para um turista andar por estas cidades cairo e Alexandria. Interessante!

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  3. Achei divertido o relato desse passeio.Ri muito...Mas acho que não quero um passeio desse não kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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