A viagem a Israel foi feita por navio e os dois dias que ficamos não foram suficientes para conhecer tudo, mas deu para ter uma ideia do país. Chegando por navio não é necessário tirar o visto com antecedência, mas mesmo assim é preciso se apresentar a um funcionário do governo israelense dentro do navio um dia antes de atracar no país.
O navio chegou a Israel bem cedo e embora houvesse diversas opções de excursões, decidimos passear por nossa conta para conhecer melhor a vida local. O Porto onde o navio atracou é o maior do País e fica na cidade que possui o mesmo nome, Ashdod. Trata-se da bíblica Azoto uma das cinco cidades dos filisteus. Hoje possui 200.000 habitantes e é a quinta maior cidade de Israel.
Sair do porto não é fácil, pois táxis e ônibus não podem entrar no porto, mas o navio colocou à disposição ônibus que circulariam durante o dia entre o porto e a cidade. Saindo do navio já verificamos que a questão da segurança seria bem diferente de outros países. Geralmente passamos pelo raios-x para entrar no navio, mas em Israel o raio-x também é obrigatório na saída.
Nossa primeira parada foi na praia local, que apesar do calor estava bem vazia. O mar é bem cristalino e com areias claras. Apesar de parecer bem calmo, havia placas avisando sobre a proibição de se nadar no local. Talvez, por ser um dia de semana, não tivessem salva-vidas suficientes e daí a proibição, mas deu para dar ao menos um mergulho sem sermos incomodados.
Aproveitamos o mesmo ônibus circular do navio e fomos em direção ao centro da cidade. O ónibus nos deixou praticamente na porta de 2 shoppings centers. Logo na entrada de um dos shoppings já estranhamos, pois havia raio-x na entrada! Bem se a gente já fica meio desconfiado de todo o aparato de segurança nesse país, imagine ter que passar no raio-x em um shopping center. O shopping não tinha nada de mais, aliás, bem feio para os padrões brasileiros. Depois de perceber que não ia rolar compras naquele local, décimos sair e andar mais pela cidade. Paramos em um supermercado para comprar água e mais uma vez raio-x. Isso mesmo! raio-x para entrar em um supermercado. O calor era terrível, e por isso entramos logo em seguida em outro shopping. Esse, apesar de menor, era um pouco melhor no quesito compras, mas os preços são absurdos! Tomei o sorvete mais caro da minha vida! Quase 30 reais por uma bola de sorvete e não estava nem tão bom assim...
Foi uma decepção e um grande arrependimento de não termos ido para Tel-Aviv que fica a apenas 30 minutos de ônibus, mas tenho que confessar que a decisão de ficar na cidade se deu muito pela situação de insegurança que estávamos sentido. Havia nesse período um rumor de ataques por parte de palestinos, e talvez, ficar longe da capital fosse melhor.
No dia seguinte seguimos bem cedo para Jerusalém, que fica há um pouco mais de uma hora do porto. O lado de fora da cidade é bem bonito e muito parecido com o que vemos nos filmes de época com aquelas muralhas tom de terra e muito calor e sol. Já dentro da cidade era tanta gente que mais parecia um formigueiro. Descobrimos que chegamos logo em um dia de um feriado judeu muito importante, daí a entrada a esquerda que é a forma mais fácil de dar a volta pela cidade estava fechada. Tivemos que seguir em direção ao bairro armênio, passando pelo muro das lamentações até chegar ao bairro cristão.
Eu esperava mais de Jerusalém, ou seja, esperava por um lugar mais tranquilo, onde pudéssemos meditar, rezar, etc... A quantidade de gente não permite isso. Não são só visitantes, são milhares de barraquinhas que vendem de tudo, desde temperos a souvenirs. O pior de tudo é que estão espalhadas por toda a Via Sacra, acabando com toda a expectativa de um lugar sacro. Até mesmo localizar as estações da via sacra, que na maioria das vezes estão escondidas por lojinhas, é difícil. Visitar o Santo Sepulcro é quase impossível, ao menos, se você tem em mente poder rezar no local.
O que muito me impressionou em Jerusalém foi a enorme quantidade de guardas ‘’ armados até os dentes’’. A guarda é na sua maioria composta por jovens que mais parecem crianças, mas carregam metralhadoras enormes. A todo o tempo eu ficava esperando alguém gritar ou surgir um barulho maior para que aquelas ‘’crianças’’ começassem a atirar. Na volta observar o tamanho dos muros que separam a cidade da Palestina, nos dá uma sensação muito ruim, aliado ao forte esquema de identificação e revista para retornar ao navio, mostra claramente como deve ser a vida naquele pequeno país.
Apesar de tudo, não posso negar que a vista é uma experiência fantástica, pois nos remete a tudo que a gente sempre aprendeu e sempre ouviu falar.
Se eu voltaria, Sim, mas com outros olhos e outras expectativas. Quero muito voltar e visitar Belém e o Mar Morto. Quem sabe um dia aquele povo não se entende e facilite a vida dos turistas? Amém.
Navio: Mariner of The Seas - Royal Caribbean
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