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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Kiev - Ucrânia


Kiev, capital da Ucrânia e maior cidade do país, tem uma história fantástica e apesar de tantas guerras e domínios externos, vem se transformando numa capital moderna e construindo uma boa infra estrutura para se transformar em mais um polo turístico europeu. A primeira impressão que se tem é de uma cidade renovada e bem preparada para nos receber. Os preços da hotelaria local já estão no nível de preços de outros grandes países europeus e talvez precise de uma revisão para atrair mais turistas. Talvez, por termos chegado 2 meses após o fim da Eurocopa 2012, os preços podiam estar influênciados pela demanda do evento.

É uma das cidades mais antigas e importantes da Europa Oriental e tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da civilização eslava oriental, bem como na moderna nação ucraniana. Foi fundada no século V pelos eslavos orientais. Na Segunda Guerra Mundial, a cidade sofreu danos significativos, mas se recuperou rapidamente nos anos pós-guerra, tornando-se mais uma vez a terceira cidade mais importante da União Soviética. O catastrófico acidente na central nuclear de Chernobil ocorreu apenas 100 km ao norte da cidade. No entanto, os ventos predominantes no sentido norte soprou os detritos radioativos mais substanciais para longe da cidade.

Está localizada em ambos os lados do rio Dnieper, que corre para o sul através da cidade em direção ao Mar Negro. A parte mais antiga da cidade, na margem direita (a oeste do rio), é representada por numerosas colinas arborizadas, pequenos vales e pequenos rios. A cidade cresceu para a margem esquerda (leste do rio) apenas a partir do século XX. Significativas áreas da margem esquerda do vale do Dnieper foram artificialmente preenchidas com areia e protegidas por barragens. (Wikepídea).

Chegamos a Kiev a noite, vindos diretos do Brasil. Nosso voo foi direto para Roma e lá para Kiev com uma rápida escala em Riga (Gostamos muito da empresa aérea local – Air Baltic, tanto nesta como em outras viagens). Chegando a Kiev e depois de passar pelo controle de passaportes (brasileiro não precisa de visto), fomos tentar fazer câmbio, pois como já era bem tarde, teríamos que usar taxi para chegar ao Hotel. Uma fila enorme no banco do aeroporto, pois o processo de câmbio é muito burocrático e demorado. Cansados, resolvemos sacar direto na conta do Brasil em um terminal de ATM, que funcionou muito bem, aliás, Kiev é muito bem servida de ATMs e bancos. Desde que chegamos ao aeroporto até o taxi percebemos que teríamos problema na comunicação, mas como sempre faço em países de língua muito diferente, levo os endereços  e algumas frases básicas na língua local.

A noite a impressão que se tem é de uma metrópole muito grande, mas no dia seguinte percebemos que é bem menor do que aparentava, o que para nós foi ótimo. Ainda dentro do metrô, que em algumas partes passa fora de túneis, tivemos a oportunidade de observar as primeiras belas paisagens das margens do rio Dnipro e do horizonte dominado pelos domos dourados das igrejas. As estações de metro em Kiev são bonitas, mas de uma profundidade incrível, aliás a estação mais profunda do mundo encontra-se lá.

Chegando ao hotel tivemos que aguardar por uma atendente que falasse inglês para fazer o cheque in, mas foi rápido. Falando no hotel é um que posso indicar. Apesar de não ficar localizado no centro (a 3 km), tem uma estação de metro a menos de 5 minutos, cujo qual nos deixa diretamente no centro sem precisar trocar de linhas (10 minutos) e o preço da diária, comparada a de outros hotéis do centro é bem inferior. É um hotel bem grande (mais de 300 quartos) ao estilo soviético, mas que apresenta um certo conforto  devido ao tamanho do quarto e da varanda, alem do Wi-Fi que funcionava muito bem. Ao lado do hotel, encontram-se um supermercado e um comércio bem típico e com preços bem inferiores aos praticados no centro da cidade. Falando em internet, foi uma grata surpresa verificar que a rede Wi-Fi está disponível em praticamente toda a cidade gratuitamente e sem exigência de criação de senhas, etc. 

No primeiro dia, usamos um aplicativo de viagem para Ipad/Iphone que utiliza GPS e que foi muito prático por funcionar offline. Eram 4 ou 5 tours diferentes, fizemos 3. O primeiro que levaria 4 horas, acabou levando praticamente quase todo o dia, pois sempre queríamos ficar mais tempo nos pontos indicados. Como o aplicativo também vai marcando seu roteiro no mapa, ao fim do dia tínhamos construído uma teia de aranha no centro da cidade.

Como ficaríamos 4 dias inteiros na cidade, achávamos que era tempo suficiente para conhecer tudo, mas o ideal mesmo seria ter ficado uma semana, pois tivemos que correr muito para tentar aproveitar o máximo e o cansaço não nos permitiu conhecer algumas das famosas baladas da cidade que têm atraído o jet-set internacional nos fins de semana, afinal turista que é turista, acaba tendo que dormir cedo! Isso não quer dizer que não aproveitamos um pouco do sábado a noite. Fomos a uma balada bem local. Acho que não estavam entendendo o que fazíamos ali. A primeira surpresa foi escutar músicas brasileiras e ver o povo cantando, suponho, sem entender nada! Diferente também é que os homens dançam quase que acrobaticamente, tanto quantos as mulheres, mas também quem vai ligar para essas coisas depois de tanta vodka, que na Ucrânia é chamada de gorilka e tem uma grande variedade de marcas. Nós preferimos experimentar a cerveja local Obolon. O cansaço falou mais alto e fomos dormir, afinal o domingo prometia mas caminhadas.

No domingo fomos direto para a principal praça da cidade, da Independência, que fica bem no centro da cidade e tem formato de estádio, talvez ainda em estilo do antigo modelo russo. Nessa praça encontramos uma coluna alta onde no alto está a estátua de uma deusa eslava e que substituiu a antiga estátua de Lenin. Essa praça foi palco da revolução laranja que levou a democracia de volta ao país. Hoje a praça é usada para todos os grandes eventos. Nos dias que estávamos na cidade a praça estava preparada para shows. Só conseguimos assistir os fogos da varanda do hotel. Nessa praça encontramos muitos artistas, jovens, pessoas fantasiadas e com pombos treinados que são ofertados para fotos com turistas, aliás, pombo treinado não falta em todos os monumentos e sítios turísticos da cidade, mas basta dizer que não quer que não há perturbação.

Aos domingos a principal rua da cidade(Khreshchatyk) que fica em frente a praça, fica fechada ao trânsito e é usada como lazer pela população, aproveitamos para descansar um pouco e observar os hábitos locais. O que mais nos chamou atenção foram os casamentos, que não sabíamos onde tinham ocorridos, mas os noivos e convidades passeavam pela rua em clima de festa! As pessoas são bem simpáticas e parecem bem felizes! Eu, sempre procurando por novidades, fui provar um prato típico em um restaurante e não deu para comer. O segundo também ficou no prato, mas acho que a culpa foi minha, pois pedi e insisti em um prato típico local. Os ucranianos são conhecidos como os italianos do leste por sua fama na cozinha, mas acho que em termos de pratos típicos, continuo preferindo os italianos.

No terceiro dia fomos visitar Lavra (Kievo-Pecherskaya Lavra). Apesar de usar o metrô para chegar o mais próximo do local, ainda tivemos que andar bastante, mas valeu a pena. Trata-se do monastério mais antigo da Ucrânia e um dos lugares mais santos da religião ortodoxa oriental. O local é declarado pela Unesco como patrimônio da humanidade. Como havia lido que era bom ir cedo por causa das multidões de fiéis, seguimos o conselho, mas até que não estava tão cheio.  Na realidade não é só um mosteiro, mas um belo complexo  arquitetônico. Prepare-se para andar muito, além de subir e descer ladeiras.. Nesse mesmo mosteiro é possível entrar em catacumbas que possuem túneis subterrâneos, onde são encontrados os ossos e esqueletos inteiros de monges vestidos. Eu não visitei, pois a claustrofobia não iria permitir, também achei muito fúnebre e tinham coisas bem mais interessantes para ver acima! Participei de parte de duas missas, que acontecem em pé, mas que são muito interessantes. Há uma fumaça constante de incenso e corais que cantam músicas muito tranquilizantes e que te faz voltar no tempo.

Muito interessante são os monges locais, com suas vestimentas pretas, barbas grandes. Sobre eles, um aviso: Não tente tirar fotos, por mais estranhso que pareçam! Nós estávamos fotografando uma ladeira de onde vinham 2 desses monges. Aproveitamos para fotografá-los de longe. De repente eles começaram a gritar conosco escondendo o rosto! Imaginem a cena! Nós 2 com câmeras na mão, com 2 monges gritando e se escondendo nos cantos dos muros e todo mundo olhando para nós com cara de desaprovação! Não faço a mínima idéia o que les gritavam, mas a impressão era de nos xingavam e chamavam a polícia! De fininho continuamos descendo como se nada tivesse acontecido e tentando disfarça que estávamos fotografando a paisagem. Ufa, cheguei a pensar que iriam nos prender. Em outra igreja, no mesmo monastério, fomos cumprimentados por outro monge muito simpático que até nos benzeu e logo em seguida  entro em um carro preto de luxo, dirigindo em direção a saída da igreja. Acho que se tívemos pedido uma foto, teria sido tranquilo e isso nos deixou mais curiosos com o que teria ocorrido com os outros dois.

Saindo do mosteiro andamos uns 10 minutos até um dos símbolos da cidade que é a estátua da ‘’Mãe Pátria’’, feita de aço inoxidável e medindo 61 metros de altura. Eu não gostei, mas está em lugar bem alto da cidade e em um parque bem grande onde tem estátuas de soldados e tanques de guerra e canhões. No meio do caminho, entramos um centro de cultura local, onde estava ocorrendo um casamento típico (muito engraçado) e danças folclóricas.Comi uns crepes com doce de leite e seguimos caminhando.

No último dia, fomos ao Podil, um bairro histórico e comercial nas margens do rio. Chega-se pelo funicular e sai-se em frente à bela Igreja da Natividade ou por metrô. Na parte mais alta está a magnífica igreja barroca da Santo André, dominando a vista de todo este lado da cidade. Na descida ou subida da principal rua do bairro, há galerias de arte e um mercado de rua onde é possível comprar antigas bandeiras ou bonés militares soviéticos, além de obras de artistas locais.  Os principais souvenirs ucranianos, além das bonecas russas (Matrioshka), que também são fáceis de ser encontradas nos países ex-integrantes da antiga União Soviética, são as camisas de tecidos ou malhas com o famoso bordado típico, além dos típicos ovos coloridos a mão.

Um lugar muito interessante, que aproveitamos para conhecer é o principal mercado da cidade, que fica bem na parte central, chamado Besarabsky Rynok. É o mais antigo da cidade e fica em um prédio que mais se parece com uma grande estação de trem. Lá se pode encontrar de tudo, desde caviar, carne de javali, queijos, frutas até a tradicional vodka. Nós compramos framboesas brancas, que na realidade eram meio amarelas, mas eu nunca tinha visto. O gosto é similar ao da vermelha! Andando pelo mercado, os vendedores oferecem prova de tudo...Caso aceite as provas, vai terminar do outro lado sem precisar almoçar!

Hotel Bratislava - Diária  UAH 500,00
Andriya Malyshko Street 1, Kiev 

Se eu voltaria? Certamente, parti de Kiev e da Ucrânia já com vontade de voltar!



                                                      Mosteiro de São Miguel

                                                              Igreja de Santo André 


                                                               Igreja de Santo André 
                                                             Catedral de Santa Sofia 
                                                  Catedral de Laura das Grotas de Kiev





                                                               Estátua da Mãe Pátria 


                                                                 Rua khreshchatyk

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